segunda-feira, 27 de abril de 2015

PAPÉÉÉL..!!!

Quem nunca na vida cantou esse refrão ?
Normalmente o rolo de papel higiênico do banheiro,acaba com a gente.Nunca com os outros.
Aí,a gente grita “ PAPÉÉÉL…” e fica esperando impotente que alguém da casa escute o apelo. 
Confesso que quando isso acontece comigo,prefiro estar sozinha em casa sem nenhum membro da família por perto. Sinto-me á vontade para levantar do vaso sanitário com a saia levantada ( ou com a calça abaixada ) e sair do banheiro sem constrangimento nenhum, em busca do “rolo de ouro “ na dispensa,sem ninguém por perto para encher meu saco.
Mas quando tem filhos ou netos por perto,é um empurra empurra que não tem fim. Um finge que não escuta,o outro está com o fone no ouvido,outro está jogando algum game barulhento,e a gente fica alí…sentada no banheiro,a mercê da boa vontade alheia em nos ajudar.

De repente aparece um filho ( fingindo compaixão ) que nos chantageia.

- Mãe…lembra aquela mesada que você não deu ? Pois é… e acena com o rolo de papel na mão, pela fresta da porta entreaberta.
Não critico a chantagem financeira,porque eu faço chantagem emocional,tipo :

- Filhão…qual é o refrão mesmo ? Aquele que faz tempo que mamãe não escuta ? acenando com o papel higiênico nas mãos.
E aí o marmanjo diz todo enrolado e ininteligivelmente constrangido :

- Mamãessss te amuaossss.

kkkkkkkkk…a vingança sará maligna.
Outro dia minha netinha chegou até a porta do banheiro com o  rolo de papel na mão,mas parou pensativa antes que eu pudesse pegá-lo.

- Vovó ? …voce vai me dar presente no dia da criança ? ( ela sabe que eu abomino comemorações capitalistas )

- Hum…não sei,respondi. Por que ?

- Bom…a gente pode conversar né ? e sorriu matreira,acenando com o rolo de papel na mão.

Sem comentário...
Em casa, quem geralmente berra por papel no banheiro é um dos filhos. Essa é a hora do acerto de contas entre irmãos.É tanta negociação,tanta chantagem que acabo saindo do quarto para atender o apelo aflito de quem está no trono e acabar logo com a contenda.
Fico pasma de ver quão frágil é o ser humano,quando está no banheiro sem papel higienico. E quem aparece para ajudar ( seja qual for o membro da família ) não resiste em fazer uma brincadeirinha ardilosa e matreira com o suplicante indefeso que aguarda ajutório.
E a gente não aprende, que é necessário ver se tem papel higiênico no banheiro,antes de fechar a porta e antes deconcluir o ato purificatório. Do contrário,ficamos á mercê da boa vontade alheia e berrando o tempo todo : 

PAPÉÉÉL..!  PAPÉÉÉL..! PAPÉÉÉL..!
                                                                                                                           *PenhaBoselli*/2015