☃️ BONECO DE NEVE ⛄️
Nos tempos de criança,enfeitavamos nossa ‚árvore de natal juntos ( eu e meus irmãos ) sob a supervisão da minha mãe. Os enfeites antigamente era de um vidro pintado bem fininho ; quebravam fácil e se estilhaçavam em caquinhos miúdos que cortavam perigosamente a mão da gente.
Nessa época,os cartões de natal vinham todos com motivo de neve,muita neve,muitos pinheirinhos e coisas de outros países do hemisfério norte,que nunca fizeram parte da minha vida,nem da cidade onde sempre morei no Brasil.
Nessa época,os cartões de natal vinham todos com motivo de neve,muita neve,muitos pinheirinhos e coisas de outros países do hemisfério norte,que nunca fizeram parte da minha vida,nem da cidade onde sempre morei no Brasil.
A influência de clima frio com neve no natal brasileiro era tão forte,que colocávamos nos ramos e galhos da árvore verde ( o falso pinheirinho ) chumaços de algodão branco imitando neve. Isso nunca me incomodou,mesmo vivendo em uma região quente,de muito calor e nenhuma neve o ano inteiro.
Criança tem imaginação e aceita tudo com alegria sem questionar.
Mas uma coisa eu tinha vontade de tocar,pegar e montar com as próprias mãos : um boneco de neve ( que também apareciam em todos os cartões de natal da época ).
Cresci com a imagem desse boneco na cabeça,sabendo que seria difícil ter um ( ou mesmo moldá-lo ) sem a matéria prima básica : neve.
Cresci com a imagem desse boneco na cabeça,sabendo que seria difícil ter um ( ou mesmo moldá-lo ) sem a matéria prima básica : neve.
Na minha infância,o que mais queria era moldar um boneco de neve..
Minha imaginação e força de vontade,aliada ao sonho cultivado na alma por tantos anos,produziram um milagre dentro do meu quarto,no último natal.
Na véspera de Natal ( agora adulta )enquanto esperava o sono,lembrei dos meus pais falecidos e das noites de Natal na minha infância. Lembrei-me das uvas e castanhas cozidas e do peru assado sobre a mesa da sala. Lembrei-me das taças de cristal ( que só saiam da prateleira de jacarandá em ocasiões especiais ) e das garrafas de vinhos vazias sobre o aparador.
Na véspera de Natal ( agora adulta )enquanto esperava o sono,lembrei dos meus pais falecidos e das noites de Natal na minha infância. Lembrei-me das uvas e castanhas cozidas e do peru assado sobre a mesa da sala. Lembrei-me das taças de cristal ( que só saiam da prateleira de jacarandá em ocasiões especiais ) e das garrafas de vinhos vazias sobre o aparador.
No embalo saudoso desse passado feliz, pude ouvir até o sino da igreja que soava lá na minha cidade,na madrugada do natal ( durante a Missa do Galo )
Peguei no sono com o espírito entristecido e o coração cheio de saudade pelo passado que não volta mais.
Mas,de madrugada,acordei com luzes coloridas piscando pelo quarto, e um vulto branco ao lado da cama. Incrédula,constatei que era um boneco de neve. Neve de verdade,com nariz de cenoura e tudo.
Peguei no sono com o espírito entristecido e o coração cheio de saudade pelo passado que não volta mais.
Mas,de madrugada,acordei com luzes coloridas piscando pelo quarto, e um vulto branco ao lado da cama. Incrédula,constatei que era um boneco de neve. Neve de verdade,com nariz de cenoura e tudo.
As luzes que piscavam vinham de uma árvore de natal plasmática,sem corpo material,mas linda. Meu quarto tinha até estrela de Belém na parede. Enorme e toda alaranjada.
Indecisa e maravilhada,estendi o braço e toquei o boneco com as mãos sentindo a neve fresca e gelada do seu corpo.
Feliz como criança,sentei na cama e comecei a interagir com o boneco de neve.Apelidei-o carinhosamente, de Branquelo.
Conversei com ele por alguns minutos.Trocamos idéias e eu lhe disse o quanto ele fez parte do meu mundo infantil no passado. Eu estava em êxtase pelo sonho realizado.
De repente fui tomada por um sono incontrolável.Deitei na cama, e antes de fechar os olhos,pude ver Branquelo bambear,entortar e começar a derreter . Meia inconsciente percebi que as luzes coloridas da árvore,piscavam cada vez mais fracas.
Sem compreender o que acontecia,adormeci.
Eu estava feliz e realizada. A magia do Natal esteve no meu quarto e realizou um grande sonho da minha vida. O impossível,as vezes,acontece.
Maria da Penha Boselli* / Maat* 2005
Maria da Penha Boselli* / Maat* 2005