quinta-feira, 16 de julho de 2015

METAMORFOSE

Háá…se eu pudesse ser como a lagarta,que dorme em sono profundo enquanto o corpo se transforma…
Acordaria em novo corpo,com novas cores e lindas asas para voar.Seria poupada de uma metamorfose consciente,lúcida e e cheia de dor. 
A borboleta nada ve,nada sente enquanto seu corpo se transforma.Recolhida em seu casulo,dorme e aguarda o momento certo para despertar,como em um sonho.
E comigo ? Como seria ?
Saindo do meu casulo,eu assumiria rapidamente o corpo novo,a nova forma física. mas…será que conseguiria voar ? Ter o corpo da borboleta não é suficiente para conseguir voar. Terei que pensar e agir como uma borboleta,alçando voos incertos e desorientados,totalmente livre para ir aonde quiser.
Há…não sei se,no lugar da borboleta, conseguiria tal façanha. A mente não muda tão fácil como o corpo, e o comportamento tem que ser lapidado.Pensar na possibilidade de um voo fracassado me amedronta e fragiliza. De que adiantaria afinal,um corpo de borboleta numa mente escrava ?
Abortar o processo é uma tentação. Mas ao contrário da borboleta,não adianta dormir fechada em casulo. Dormindo nada vai acontecer. Nenhuma mudança,nenhuma transformação.
Para que minha metamorfose aconteça será necessário que eu fique acordada,desperta e bem consciente.Do contrário corro o risco de dormir em sono profundo num casulo inerte que levará eons de tempo para se romper.



            
                                                       *PenhaBoselli* 
                                                                                 MAAT / 2015