quinta-feira, 24 de agosto de 2017

PENUMBRA


O Brasil não foi contemplado com esse eclipse solar de 21 agosto de 2017. A visibilidade foi de nivel baixo e portanto ficamos na "penumbra". Até nos eventos cosmicos ficamos meio que na sombra,meio que em cima do muro,meio que nem lá nem cá.Ou seja : na penumbra. Foi assim que a moça do jornal falou na TV. Acompanhei pelo site da Nasa a transmissão em tempo real,de varias partes dos EUA. Impressionante a capacidade que o americano tem de fazer tudo virar "SHOW ".Um grande show .Tinha torcida,placares,hamburgueres e hot dogs. Há... e também milhares de camisetas com estampa do eclipse regada a muita batatinha frita. Misericordia ! Os misticos e esotéricos ( que enxergam o fenomeno de uma outra maneira)naturalmente incompreensível para os cientistas e para a multidão deslumbrada,deveriam estar pasmos com a proporção capitalista que o evento se transformou,no pais mais capitalista do mundo. Apesar de tudo me deliciei com o espetáculo graças a tecnologia da NASA,o espaço virtual e graças quarta dimensão que veio para ficar. Mas achei muito interessante ver tanta gente reunida no mesmo lugar,pelo mesmo motivo,vibrando na mesma expectativa,por um acontecimento que não era futebol,desfile da pátria ou da Disney,ou passagem de ano. O eclipse é fenômeno raro,e quando deixa a gente no escuro em plena luz do dia,desperta em nós a certeza de que somos frageis e pequenos diante das coisas que acontecem no espaço sideral. Movimentos cosmicos que fogem do nosso controle e nos afetam diretamente,podem ser muito lindos de se observar mas nos obrigam a uma reflexão : somos pequenos . 
O Brasil não mereceu esse eclipse de maneira integral,mas parcial. Ficamos na penumbra.Mas estamos acostumados a isso : penumbra na saúde,na educação,nos transportes,na maneira como se faz política,na mídia etc... Por ora vamos aguardar as influencias desse eclipse no estado físico, emocional,mental e espiritual da humanidade. 

Pensando bem...foi mesmo um SHOW ! Palmas ao Creador.

                                                   Maria da Penha Boselli* / 2017